Meio ambiente

Aves que vivem perto da Linha do Equador são mais coloridas, diz estudo

Usando inteligência artificial para analisar a quantidade de cor em milhares de fotos de pássaros, pesquisadores comprovaram a teoria que foi inicialmente sugerida por Charles Darwin

Pesquisadores da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, descobriram que as aves que vivem perto do Equador são quase 30% mais coloridas do que aquelas que moram mais perto dos polos. Eles usaram inteligência artificial para descobrir a quantidade de cor em fotos de 24 mil pássaros, de 4,5 mil espécies, todos da coleção do Museu de História Natural, em Tring, Hertfordshire, que possui exemplares de mais de 95% das espécies de aves vivas do mundo.
O motivo para essa mudança na diversidade de cores? Os cientistas ainda não sabem exatamente por que, mas o estudo sugere que diferenças alimentares entre espécies tropicais e não tropicais e a influência do habitat podem desempenhar um papel fundamental. A ideia de que os pássaros são mais coloridos à medida que se aproximam do Equador é antiga e foi sugerida por dois grandes nomes da ciência nos séculos 18 e 19: Charles Darwin, criador da teoria da evolução, e Alexander von Humboldt, explorador e naturalista.

A teoria não tinha sido comprovada até agora por causa da grande quantidade de dados e tecnologia de imagem avançada necessária para examinar os padrões de cores em nível mundial. As descobertas fornecem informações sobre como a biodiversidade é distribuída em todo o planeta e vão permitir aos pesquisadores identificar os “hotspots” de cores das aves. “Isso é emocionante porque nos ajuda a entender melhor os fatores que promovem e mantêm a biodiversidade em escala global”, afirma Chris Cooney, principal autor do estudo, no site da universidade.

“No entanto, há muito mais a ser aprendido sobre os fatores ecológicos e evolutivos precisos que promovem o aumento da coloração nas espécies tropicais”.

De forma geral, a biodiversidade aumenta dos polos em direção ao Equador, um efeito conhecido como gradiente de diversidade latitudinal. Isso acontece porque o calor e a umidade estimulam o desenvolvimento das mais diversas formas de vida nas regiões tropicais do planeta. Segundo o estudo “O futuro dos ecossistemas tropicais hiperdiversos”, publicado em 2018 na Nature, entre 15 mil e 19 mil espécies são reveladas pela ciência todos os anos, a maioria nos trópicos.

Fonte: Um Só Planeta

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