Educação Tecnologia & Inovação

Estudante brasileira cria plástico usando casca de laranja

Jovem cientista agora quer levar projeto para competição internacional de ciência!

Em 2019, um trio de estudantes do ensino médio, no Distrito Federal, desenvolveu um plástico biodegradável a partir de cascas de laranja. O projeto, que visa ser uma alternativa ao plástico convencional, agora é tocado apenas por uma das criadoras, Kazue Nishi, de 20 anos, que está buscando apoio para representar o Brasil em uma competição internacional de ciência.
O plástico de casca de laranja foi criado no âmbito de iniciação científica do Centro de Ensino Médio 02 do Gama. O objetivo era buscar uma solução ecológica e economicamente atraente para dois grandes poluentes do meio ambiente: os rejeitos da indústria da laranja e o plástico derivado do petróleo. Enquanto a poluição plástica pode duplicar até 2030, sendo hoje um dos principais poluidores do meio ambiente, a casca da laranja, por sua vez, contém altos índices de matéria orgânica, tornando-a um agente altamente poluidor quando descartada de maneira indevida.

Plástico de cascas de laranja
A alternativa ao plástico convencional é um material flexível e transparente. Os estudantes explicam como funciona o processo para a produção do plástico biodegradável. A técnica é dividida em duas etapas: pré-tratamento e preparação da solução. Na primeira, as cascas são lavadas por três dias para serem retirados os açúcares solúveis e após isso são secas e trituradas até virarem pó.
Para a preparação da solução, são misturados água deionizada, ácido cítrico e glicerina, junto com o “pó de casca de laranja”. Essa solução é colocada em banho-maria por uma hora a 70°C sob agitação constante. Feito isso, a solução obtida é distribuída em Placas de Petri para secar por quatro a sete dias, em uma estufa improvisada feita de madeira e alimentada por energia solar.

O procedimento permitiu ao grupo obter membranas translúcidas, com um bom aspecto visual e baixo custo de produção. Entretanto, suas propriedades mecânicas ainda devem ser melhoradas. Estão sendo testadas novas metodologias, acrescentando aditivos, a fim de se obter um material mais resistente e modelável, que possa ser utilizado para a fabricação de diversos produtos substituindo com eficiência o plástico derivado do petróleo.

(Foto: Foto à esquerda Okeykat/Unsplash/Foto à direita Alex Aragão/Divulgação)

Reconhecimento
Em 2019, o plástico de cascas de laranja conquistou o terceiro lugar na modalidade Ciências Exatas da Terra na Feira Brasiliense de Tecnologia e Ciência. Em 2020, o projeto recebeu credencial para participar da World Invention Competition and Exhibition (WICE), na Malásia. O evento ocorreu on-line por conta da pandemia e a inovação foi contemplada com a segunda colocação.
Entre os dias 27 de julho e 10 de agosto, acontece em Londres, na Inglaterra, o London International Youth Science Forum. Será mais uma oportunidade para a jovem cientista representar o Brasil em uma competição internacional de ciência.

“É um evento que acontece anualmente em Londres na Imperial College of London e reúne vários jovens cientistas de todo o mundo para palestras, debates, visitas a universidades tipo Cambridge e Oxford, museus de ciências, visitas a laboratórios, apresentação de projetos e, claro, intercâmbio cultural”, explica a cientista.

Mas, para participar, há muitos custos envolvidos e, por isso, Kazue Nishi criou uma vaquinha virtual para arrecadar os R$20 mil necessários. A metade do valor já foi alcançado e quem quiser contribuir pode fazê-lo por este site

Fonte: CicloVivo

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