Saúde

Como a inteligência artificial pode avaliar o seu coração através dos olhos

Uma nova ferramenta que usa aprendizado de máquina pode ser a aposta revolucionária da área de medicina, principalmente no que diz respeito aos exames cardiológicos. Segundo os criadores do dispositivo, pesquisadores da St. George’s University of London, o novo software pode ser usado para prever o risco de doença cardíaca de alguém a partir da análise das veias e artérias dos olhos, e o melhor: em 60 segundos.

Esta ferramenta de IA pode informar a alguém em 60 segundos ou menos seu nível de risco”, disse a principal autora do estudo, Alicja Rudnicka, ao The Guardian. O estudo foi publicado no British Journal of Ophthalmology.

Chamado QUARTZ, o sistema funciona a partir da análise dos vasos sanguíneos contidos na retina do olho. Ele mede a área total, desde as artérias e veias a largura e tortuosidade, fatores os quais são afetados pela saúde do coração. O estudo das análises descobriu que as previsões são tão precisas quanto as produzidas pelos exames atuais.

O estudo contribui para um crescente corpo de conhecimento de que o olho pode ser usado como uma janela para o resto do corpo”, disse Pearse Keane, pesquisador em oftalmologia e análise de IA não ligado ao estudo, em entrevista ao The Verge. “Os médicos sabem há mais de cem anos que você pode olhar nos olhos e ver sinais de diabetes e pressão alta. Mas o problema era a avaliação manual: a delimitação manual das embarcações por especialistas humanos” que, segundo Keane, é um desafio que pode ser superado com o aprendizado de máquina.

Inteligência artificial no âmbito diagnóstico
Ainda de acordo com informações do The Verge, o primeiro dispositivo de diagnóstico de IA aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) — órgão americano equivalente à Anvisa no Brasil — foi usado para rastrear doenças oculares, e pesquisas sugerem que a IA pode detectar uma série de doenças dessa maneira, desde retinopatia diabética até Alzheimer

Embora seja um avanço para a área da saúde, ferramentas do tipo ainda estão em vários estágios de desenvolvimento. Questões de confiabilidade e a universalidade de seus diagnósticos são frequentemente debatidas e consideradas em pesquisas.

O atual estudo, por exemplo, só foi testado em pacientes brancos (refletindo a própria demografia do Reino Unido na faixa etária dos pacientes incluídos no BioBank, banco de dados dos quais as informações para a pesquisa foram extraídas). Assim, a ferramenta ainda precisa se equilibrar nestes e outros sentidos para garantir que qualquer dispositivo de diagnóstico seja igualmente preciso para diferentes etnias.

Fonte: Olhar Digital

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