CNA garante que agro não vai entrar tão cedo no mercado de carbono
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O coordenador de sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias, avaliou como positivo a exclusão do setor agropecuário no sistema de metas de emissões do mercado de carbono brasileiro.
A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quinta-feira (21) o projeto que regulamenta o mercado de carbono e cria um limite de emissões de gases do efeito estufa para as empresas. Aquelas que mais poluem deverão compensar suas emissões com a compra de títulos. Já as que não atingiram o limite ganharão cotas a serem vendidas no mercado.
O texto que segue para análise do Senado exclui da regulamentação setores do agronegócio, como a produção de insumos ou matérias-primas agropecuárias (como fertilizantes, por exemplo). A medida foi defendida por setores da agricultura por não existir uma metodologia segura para medir a emissão de carbono pelo agro.
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Críticos à exclusão do setor do projeto apontam que a agropecuária é a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa, responsável por 75% do total, e, por isso, deveria ter sido incluída no sistema de cotas de emissão.
Segundo o porta-voz da CNA, mesmo que outros setores critiquem a exclusão do setor da proposta, “o agro continua podendo contribuir para a redução das emissões como um provedor de crédito de carbono”.
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Defendemos a retirada do agro do mercado regulado dos tetos de emissões, dentro do Plano Nacional de Regulação, porque entendemos que a metodologia de se medir o agro ainda não está madura o suficiente para que o setor entre nessa contabilidade”, disse Ananias, em entrevista à Folha de São Paulo, nesta sexta-feira (22).
Ananias ainda acrescentou que existe uma vontade do setor de “participar do mercado de carbono desde que tenhamos essas regras claras de como isso vai acontecer”.
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Estamos produzindo comida, energia e soluções climáticas. Se você cria um teto de emissões nessas ações, você está indo contra essa própria narrativa de que é preciso reduzir emissões e alterar a matriz energética”, declarou.
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O projeto aprovado também prevê que o agro poderá vender créditos de carbono no mercado voluntário. Ou seja, proprietários rurais não precisarão cumprir metas, mas aqueles que conseguirem comprovar reduções de emissões poderão arrecadar com a venda de créditos.
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A gente pode entrar no mercado regulado fornecendo offsets para o cumprimento de outros setores da economia nesse mercado regulado, até porque o agro já faz isso. Quando o produtor rural faz um plantio direto ou integração lavoura pecuária floresta (ILPF), ele já está gerando créditos de carbono”, disse o porta-voz da CNA.
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Fonte: Gazeta do Povo