Educação

Violência escolar é alta, mas nem 30% dos professores são treinados para o desenvolvimento socioemocional

Oito em cada dez educadores sofreram alguma agressão de alunos em 2023, revela estudo

Oito em cada 10 educadores de instituições públicas de ensino sofreram algum tipo de agressão de estudantes no ambiente escolar em 2023, aponta a pesquisa da ONG Nova Escola em parceria com o Instituto Ame Sua Mente. Além disso, o mesmo estudo mostra que pouco mais de um quarto dos educadores (26,5%) afirmaram ter recebido formação para ensinar habilidades socioemocionais aos estudantes.

Tão importante quanto as escolas ensinarem matemática, português ou ciências, é mostrar aos estudantes que o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e cognitivas se complementam e, mais importante, preparam para o mundo do trabalho e das responsabilidades da vida adulta”, orienta Roberta Brito Pereira, diretora da Escola Lumiar Campinas, SP.

A Lumiar Campinas adotou dentro da metodologia o planejamento, evidências, análise e ações. “O planejamento é essencial para organizar e materializar todos os desafios lançados. As evidências trazem dados para analisar e agir (ação), ressignificar ou seguir, de forma dinâmica, contextualizada e participativa”, explica Roberta.
Isso porque o descompasso entre habilidades socioemocionais e conteúdo científico nas escolas é comprovado.

Partindo de uma ‘inquietação’ em relação à carência de aprendizados socioemocionais — um desafio e tanto para escolas públicas e particulares — escolas desenvolvem dentro da sua metodologia uma forma dos estudantes praticarem essas competências em projetos de vida. Essas habilidades incluem despertar nos estudantes habilidades para lidar com frustrações, aprender conteúdos de interesse de forma consistente e desenvolver liderança”, completa a diretora.

Desenvolvimento socioemocional para a vida
Ajudar o estudante na jornada de crescimento com conteúdo preparatório para a vida pessoal e profissional é prioridade neste ano, destaca Maitê Ferreira dos Santos, professora de literatura para as turmas de ensino médio do Colégio Progresso Bilíngue Santos, também localizado em São Paulo.

Dentre as minhas expectativas, espero que, realmente, o ensino e conteúdos desenvolvidos ao longo do ano contemplem ensinamentos e competências que possam ser aplicadas na vida prática do aluno. É fundamental que ele consiga ver a aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos em sala de aula em sua vida e, em especial, de modo conectado às demais áreas do saber”, observa.

Para a estudante Lívia Cavalcanti Uebele, que vai cursar este ano o 3° ano do ensino médio no Colégio Progresso Bilíngue Santos, o aprendizado prático é muito bem-vindo. “Acho necessário explorar propostas mais dinâmicas, como experimentos práticos (principalmente para matérias de ciências da natureza), estudos para o desenvolvimento cultural e aprofundamento dos conteúdos dados em aula”. O ano letivo apenas começou, mas Lívia manifestou interesse em atividades para o vestibular, formação pessoal e socialização.

O desenvolvimento dos filhos também é um desejo de responsáveis como Ana Paula Rodrigues Fernandes Souza Marques. Mãe de Henrique Marques (1° ano do ensino médio), ela quer que o filho “amadureça e fique cada vez mais independente e responsável com seu aprendizado”. Nesse sentido, Ana Paula destaca a realização de trabalhos individuais e em grupo. “É uma ferramenta importante para aprender a pesquisar e trabalhar em grupo também”, observa.

Fonte: Revista Educação

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