Estudo foge do convencional e é nova aposta para tratar o Alzheimer
Pesquisadores trouxeram uma nova abordagem para tratar o Alzheimer. Nos testes em laboratório, a técnica se mostrou promissora
O Alzheimer é normalmente associado à formação de placas de proteínas no cérebro. Estamos falando da beta-amiloide. Em um novo estudo, em vez de se concentrarem no combate dessas placas, pesquisadores procuraram aumentar as oscilações elétricas no cérebro. O artigo foi publicado na revista The Proceedings of the National Academy of Sciences. Embora esteja se tornando cada vez mais claro que as placas no cérebro são um sintoma e não necessariamente a causa da doença de Alzheimer, a maioria dos tratamentos atuais para a doença funciona eliminando esse aglomerado de proteínas.
Os medicamentos aprovados pela FDA (órgão dos EUA similar à Anvisa no Brasil), lecanemab e aducanumab, funcionam desta forma, mas, embora possam ser capazes de retardar o grau de declínio cognitivo, não conseguem reverter os efeitos cognitivos e de degradação da memória da doença.
Eles deixam para trás um cérebro que talvez esteja sem placas, mas todas as alterações patológicas nos circuitos e mecanismos nos neurônios não são corrigidas”, diz Istvan Mody, professor de neurologia e fisiologia na UCLA.
Nos testes com ratos, foi exatamente isso que aconteceu. Quando animais geneticamente modificados para terem sintomas de Alzheimer receberam o composto, o seu desempenho anteriormente fraco num labirinto melhorou para se igualar ao de roedores saudáveis. Além disso, foram necessárias apenas duas semanas de administração oral duas vezes ao dia para que a melhora fosse observada. Os pesquisadores também não notaram quaisquer efeitos colaterais visíveis durante a fase de testes.
Não há realmente nada parecido no mercado ou experimentalmente que tenha sido demonstrado que faça isso”, disse Mody, que é o autor principal do estudo.
Mody diz que serão necessárias muito mais pesquisas para ver se o tratamento será seguro e eficaz em humanos, mas, se for, ele diz que a descoberta oferece uma maneira totalmente nova de tratar a doença. E, dando tudo certo, o medicamento poderá ser usado para tratamentos de outras doenças e condições de saúde que diminuem as oscilações gama, como depressão, esquizofrenia e transtornos do espectro autista.
Fonte: Olhar Digital