Estudo sugere que café, vinho e chocolate protegem a saúde

Estudo sugere que o consumo de café, vinho, chocolate e frutas pode reduzir o risco de síndrome metabólica, melhorando a saúde cardiovascular

Por Rafael Magalhães dos Santos

Quem diria que café, chocolate, vinho e frutas poderiam ser os heróis invisíveis na luta contra a síndrome metabólica? Um estudo recente revela que esses alimentos, ricos em polifenóis, podem reduzir em até 23% o risco de desenvolver distúrbio metabólico. E o melhor: eles fazem parte do nosso dia a dia.
A pesquisa, conduzida pelo Departamento de Epidemiologia da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com o Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) e o Hospital das Clínicas da USP, acompanhou mais de seis mil brasileiros ao longo de oito anos. O estudo desafiou a visão tradicional de que alimentos saborosos e indulgentes devem ser evitados para preservar a saúde.

Os polifenóis, compostos com poderosas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, mostraram-se eficazes na regulação dos níveis de glicose. Além disso, controlaram a pressão arterial e diminuíram a inflamação crônica — fatores diretamente ligados ao desenvolvimento de problemas metabólicos.

A natureza é rica em polifenóis, com mais de oito mil tipos já identificados. Entre os mais estudados estão os ácidos fenólicos, encontrados no café e no vinho; os flavonoides, presentes nas frutas, feijão e chocolate; as lignanas, que se encontram em sementes e na laranja; e os estilbenos, concentrados na uva roxa e no vinho tinto.

Para entender como esses compostos influenciam a saúde, a pesquisa utilizou questionários detalhados para avaliar o consumo de 92 alimentos ricos em polifenóis. Os cientistas consideraram a frequência de ingestão e até os diferentes métodos de preparo dos alimentos, assegurando medições precisas da ingestão desses compostos bioativos.

A análise revelou que o consumo elevado de polifenóis totais, cerca de 469 miligramas por dia, reduziu em 23% o risco de síndrome metabólica, em comparação com aqueles que consumiam menos (177 mg/d). Além disso, o consumo de ácidos fenólicos, particularmente abundantes no café, vinho tinto e chás, demonstrou resultados similares.

O estudo não se limitou somente à análise da síndrome metabólica. Ele também investigou como os polifenóis impactam outras condições cardiometabólicas, como hipertensão, resistência à insulina e aumento de triglicérides. Os resultados demonstraram que os benefícios desses compostos são ainda mais amplos e profundos.

De acordo com Carnaúba, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, aqueles que consumiram mais polifenóis apresentaram uma redução significativa nos riscos de desenvolver problemas cardíacos e metabólicos. Os dados mostraram que essas substâncias reduziram em até 30 vezes as chances de elevar a pressão arterial e de desenvolver resistência à insulina.

Além disso, os participantes com maior ingestão de polifenóis tiveram 17 vezes menos chance de apresentar níveis elevados de triglicerídeos. Esses achados reforçam a importância de uma dieta rica em alimentos com polifenóis, demonstrando seu impacto direto e positivo na saúde cardiovascular e no controle do metabolismo, independentemente de outros fatores de risco.

Fonte: Olhar Digital