Educação

Projeto leva ciência aquática às escolas nas proximidades de Belém

“Tia, eu quero ser cientista!”. Carla nunca tinha visto alunos tão entusiasmados com a aula de biologia. Não que ela não tentasse deixá-los empolgados assim nos outros dias, pelo contrário. Quem conhece a realidade da educação básica brasileira sabe o quanto a falta de estrutura e de apoio didático desgasta até os professores mais esforçados e bem-intencionados. Quando o projeto ‘Cientistas nas Escolas’ os visitou, foi diferente.
Naquela sexta, os estudantes de ensino fundamental puderam ver, ouvir e tocar pela primeira vez em materiais que antes pareciam existir só nos livros de ciências. Para os alunos, era como se um universo de novas possibilidades tivesse se revelado.

Além de professora de ensino fundamental e médio licenciada em ciências biológicas, Carla Carolina dos Santos também é doutoranda em Farmacologia e Bioquímica pela Universidade Federal do Pará (PPGFARMABIO). Ela e mais 13 voluntários (estudantes de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado) integram o projeto Cientistas nas Escolas, que tem como objetivo levar a ciência desenvolvida dentro da universidade para as salas de aula da educação básica, da educação infantil e do ensino médio. Para acessar esse público, o projeto desenvolve atividades e visitação em forma de circuito, proporcionando o aprendizado de conceitos científicos de forma prática e emocionante.

(Foto: Acervo do projeto/Divulgação)

“A sociedade como um todo, quando imagina um cientista, pensa naquele químico fazendo poções ou em uma pessoa com muita inteligência, uma coisa fora da média. A maioria não vê o conhecimento científico como algo que faz parte da vida deles. Por isso, cada vez mais, a gente precisa se aproximar da comunidade, inclusive para evitar casos como os que aconteceram durante a pandemia do Covid-19, quando a ciência foi descredibilizada justamente no momento em que se fazia mais necessária. Eu acho que esse é o principal papel do projeto de extensão: aproximar a universidade da sociedade”, explica Lílian Amado, professora da UFPA e coordenadora do Laboratório de Ecotoxicologia da UFPA (LABECOTOX/ICB), o principal grupo organizador do projeto.

Desde que surgiu, em 2022, no contexto pós-pandemia, o grupo já visitou mais de uma dezena de escolas — públicas, privadas, urbanas e ribeirinhas. Entre as temáticas mais abordadas durante as visitações, estão a ciência aquática e a educação ambiental, com as quais faz-se múltiplos paralelos dentro dos conteúdos da Biologia e da Ecotoxicologia.

Ensina-se, por exemplo, sobre fenômenos como a pesca fantasma, que ocorre quando pescadores perdem ou abandonam seus equipamentos nos oceanos e rios, e esses equipamentos abandonados continuam capturando espécimes e colocando em risco a vida aquática. Nesse sentido, a Organização Proteção Animal Mundial estima que, só em águas brasileiras, 25 milhões de animais marinhos são impactados pela pesca fantasma por ano.

Fonte: Portal Amazônia

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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