No Brasil, 26% não conseguem atendimento de saúde na 1ª tentativa, diz IBGE
Levantamento mostrou também que apenas 28% dos brasileiros dispõem de plano de saúde, percentual que se manteve estável desde a última Pesquisa Nacional de Saúde em 2013
Um em quatro brasileiros não consegue ser atendido nos serviços de saúde na primeira tentativa. É o que mostra a nova Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE, divulgada no último dia 4. Segundo o levantamento, das 39 milhões de pessoas que procuraram algum atendimento de saúde nas duas semanas anteriores à data da entrevista, 26,4% não conseguiram o atendimento na primeira vez seja na rede pública ou na particular. Em 2013, 95,3% das pessoas conseguiam ser atendidas já na primeira tentativa.
Das pessoas que conseguiram atendimento de saúde, 60,9% tiveram algum medicamento receitado, sendo que 85% conseguiram obter todos os medicamentos prescritos. Quando a referência de obtenção do medicamento é o serviço público, a proporção de pessoas que obtiveram pelo menos um medicamento receitado é menor, 30,5%.
No Brasil, os motivos de procura de atendimento de saúde mais citados foram: doença ou tratamento de doença (48,2%) e cuidados de rotina, tais como vacinação, prevenção, check-up médico ou acompanhamento com outro profissional de saúde (25,1%). Esse padrão foi bastante similar em todas as regiões. Para os especialistas, no entanto, o padrão ideal seria que a maioria das visitas a um serviço de saúde fosse para prevenção; não para tratamento.
Além disso, a pesquisa mostra que os brasileiros têm uma “forte dependência” do serviço público de saúde. De acordo com o levantamento, a grande maioria da população (71,5%) conta com o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas 28% dispõem de plano de saúde complementar, um percentual que se mantém estável desde a última edição da PNS, em 2013.
Quase a metade dos brasileiros (46,8%) indicou a Unidade Básica de Saúde como o estabelecimento que costuma procurar mais frequentemente quando precisa de atendimento médico. As Unidades de Pronto Atendimento Público (UPAs), pronto-socorro ou emergências de hospitais públicos foram a preferência de 14,1%, e os centros de especialidades, as policlínicas públicas ou os ambulatórios dos hospitais públicos foram a escolha de 8,9%.
Já os consultórios de médicos particulares e as clínicas privadas foram indicados por 22,9% das pessoas. O pronto atendimento e as emergências de hospitais privados são a preferência de 4,4% dos brasileiros. A PNS 2019 apontou que 159,6 milhões (76,2%) de pessoas haviam se consultado com um médico, no Brasil, nos 12 meses anteriores à data da entrevista — um aumento considerável em relação a 2013 (71,2%), independentemente de sexo, grupo de idade, cor ou raça, ou nível de instrução.
Segundo o levantamento, 60% (44 milhões) dos domicílios eram cadastrados nas Unidades de Saúde da Família, o que configura um aumento de 6,7 pontos percentuais em relação a 2013, quando 53,3% (34,6 milhões) estavam no cadastro.
No entanto, dentre os domicílios cadastrados há um ano ou mais, observou-se que aproximadamente 23,8% (9,5 milhões) nunca tinham recebido a visita de um agente comunitário de saúde ou de um membro da equipe de Saúde da Família, o que retrata um forte aumento em comparação a 2013, quando esse percentual era de 17,7% (5,3 milhões).
Fonte: Terra