Câncer de mama em jovens, casos dobraram nos últimos anos
Sociedade Brasileira de Mastologia alerta para o aumento de casos de câncer de mama em pacientes com menos de 35 anos de idade
Cerca de 66.280 casos de câncer de mama surgem no País a cada três anos, como aponta o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O subtipo é o que mais atinge as mulheres, especialmente aquelas com idade acima dos 50 anos. No entanto, isso tem mudado. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), houve um aumento da incidência de câncer de mama entre mulheres mais jovens, antes dos 35 anos. Nos últimos dois anos, a ocorrência de casos nessa faixa etária representou 5% do total de casos. Antes, esse total era de apenas 2%.
A médica oncológica Dra. Maria Cristina Figueroa Magalhães explica que existem alguns fatores de risco que podem estar relacionados a esse aumento.
“Eles têm relação com o estilo de vida das pessoas, como menor número de filhos ou pela opção de não engravidar, gestação mais tardia (após os 30 anos de idade), o sedentarismo, a obesidade e uma alimentação inadequada associados à uma rotina estressante”, esclarece.
A especialista alerta ainda que os tumores mais agressivos são mais frequentes em pacientes mais jovens, justamente por estarem fora do grupo de rastreamento mais frequente — a partir de 40 anos. Isso significa que, quando o câncer é diagnosticado, já está em estágio mais avançado, diferentemente daqueles identificados nas mulheres que mantêm uma rotina de exames de rastreamento.
A prevenção do câncer de mama pode ser feita com a adoção de um estilo de vida mais saudável, além da realização periódica da mamografia. A recomendação da SBM é que o exame seja feito anualmente para mulheres a partir dos 40 anos com risco habitual e a partir dos 25 ou 30 anos para mulheres com alto risco de desenvolver a doença.
Já o tratamento para o câncer de mama depende de diversos fatores. Entre eles a fase em que a doença se encontra, o tipo de tumor, da idade da paciente.
Dentre as opções terapêuticas, o medicamento biológico Trastuzumabe tem sido a base de tratamento nas chamadas terapias alvo. Isso porque ele é combinado com a quimioterapia nos casos de neoplasias com expressão da proteína HER2 — estágio inicial.
“Os biomedicamentos têm demonstrado segurança e eficácia nos tratamentos de câncer de mama, inibindo a multiplicação das células tumorais e preservando os tecidos saudáveis. Além de ampliar o acesso aos tratamentos biológicos, os biossimilares apresentam perspectivas muito positivas para as pacientes”, finaliza a oncologista.
Fonte: Saúde em Dia