Bem-estar

Mesmo parecendo saudável, “carne” vegetal é ultraprocessada

É cada vez mais comum encontrar produtos prontos de origem vegetal nos supermercados. E, além de molhos e massas sem ovos, leites e queijos vegetais, as carnes entraram no jogo. Feitas de soja, ervilha ou grão-de-bico, elas seriam uma opção saudável para quem deseja diminuir ou parar de consumir carne, não fossem alimentos ultraprocessados.
Para se estender o prazo de validade ou até mesmo deixar alguns desses alimentos com sabor e textura (em teoria) semelhantes às carnes bovinas, são acrescentados sódio, açúcar, gorduras, aditivos químicos e sintetizados. As carnes de origem vegetal já integram o cardápio de restaurantes e grandes marcas aqui no Brasil, como o Burger King. O lanche da rede de fast-food leva o nome de “Rebel Whopper”, mas seu hambúrguer de plantas “com gosto idêntico ao da carne” é produzido pela Marfrig, grande fornecedora de alimentos de origem animal.
Entre as maiores empresas de itens substitutos de carne ainda estão a Beyond Meat e a Impossible Foods, ambas com opções veganas e sem glúten. Mesmo assim, as composições dos produtos oferecidos são distintas: a primeira faz hambúrgueres sem soja e utiliza um pó extraído de ervilhas amarelas, já a segunda faz uso de soja, batata e heme, uma molécula encontrada em plantas e animais que faz com que o alimento pareça “sangrar” na hora de fritar.
No Brasil, a Fazenda Futuro é responsável pelo Futuro Burguer, que é feito de água, proteína texturizada de soja, proteína isolada de soja, proteína de ervilha, farinha de grão-de-bico, gordura vegetal, amido modificado, cebola, condimento preparado sabor carne, sal, açúcar e beterraba em pó. A Futuro Linguiça, como descreve a página da marca nas redes sociais, é feita de alga marinha e ingredientes naturais e não contém glúten, glutamato ou transgênico, resultado de oito meses de pesquisa e mais de 50 combinações. A marca não é a única a investir nesse tipo de produto: Mr.Veggy, Goshen, Sadia e Seara também seguem apostando.
Segundo relatório divulgado em julho de 2020 pela Polaris Market Research, o mercado global de carnes à base de plantas foi avaliado em 11 bilhões de dólares em 2020, e a tendência é que ele cresça 15,8% até 2027. De acordo com a pesquisa, os fatores responsáveis por esse crescimento são o aumento da população vegana no mundo e a conscientização do consumidor sobre a substituição de proteínas animais, seja por benefícios relacionados à saúde, seja pela covid-19. O relatório mostrou que o risco de infecção fez com que as fábricas de embalagem de carne fossem fechadas, e a demanda de proteínas à base de plantas foi impulsionada por preocupações com a saúde. Neste contexto, os produtos plant-based aparecem como alternativa para quem deseja diminuir a quantidade de carne no prato.

Crédito da foto: Getty Images/Bloomberg Creative

Fonte: UOL

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