Meio ambiente

Espécie de calango e outros cinco répteis podem ser extintos da Amazônia

Uma espécie de calango, encontrada no Mato Grosso e em Rondônia, e outros cinco répteis podem ser extintos da Amazônia

Uma espécie de calango, encontrada no Mato Grosso e em Rondônia, e outros cinco répteis podem ser extintos da Amazônia. Das 80 espécies de répteis oficialmente consideradas ameaçadas, 72 são endêmicas do Brasil, e seis são encontradas no bioma Amazônia.
As informações constam no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção 2018, resultado de um estudo que contou com a participação de 1.270 pesquisadores e que foi divulgado pelo Instituto de Conservação da Biodiversidade Chico Mendes (ICMBio), na última semana.
A grande maioria das espécies de serpentes, lagartos e anfisbênias ameaçadas de extinção possui distribuição bastante restrita ou ocorre em habitat bastante específicos. As demais possuem a maioria dos registros na região sul do País, ocorrendo também em países vizinhos dessa região.
A Mata Atlântica é o bioma com o maior número de espécies ameaçadas de extinção (39 das 80), seguido pela Caatinga (21 espécies) e Cerrado (17 espécies). A Amazônia e o Pampa possuem seis espécies cada, e o Pantanal, duas.
A perda e a alteração do habitat provocadas por atividades agropecuárias foram apontadas como os principais fatores de pressão, seguida da expansão urbana. Também foram mencionadas como ameaças relevantes às espécies a mineração, os empreendimentos relacionados à obtenção e distribuição de energia e o turismo desordenado.

Saiba quais são as espécies de répteis ameaçadas de extinção na Amazônia:

Calango (Ameiva parecis)
Situação: Em Perigo
Encontrada no Mato Grosso e em Rondônia

Conhecida de duas localidades sujeitas a ameaças distintas, uma em Rondônia, afetada por hidrelétricas, e outra no Mato Grosso, afetada pela Ferronorte, que foram consideradas como duas localizações diferentes. Seu habitat sofre declínio continuado da qualidade em decorrência da forte expansão da agricultura de soja em larga escala e instalação de hidrelétricas. Além disso, a espécie parece não estar presente em áreas protegidas.

Nome comum desconhecido (Bachia didactyla)

Situação: Em Perigo
Encontrada em Rondônia e em Mato Grosso

Em Vilhena, a principal ameaça à espécie, da ordem de cobras e lagartos, é a Hidrovia rio Madeira, e em Sapezal, a agricultura em larga escala, ambas causando a destruição de habitat da espécie. Essas ameaças, associadas à construção da Ferronorte, causam declínio continuado de qualidade do habitat.

Nome comum desconhecido (Gonatodes tapajonicus)

Situação: Em Perigo
Encontrada no Pará

Áreas de açaizal, local em que a espécie foi encontrada, encontram-se ainda bem preservada, devido à exploração em outros ambientes similares do palmito para consumo humano. Todavia, esse habitat, naturalmente distribuído em manchas tem sua fragmentação agravada pela ação humana (extrativismo de açaí e zona de influência da BR 163 — Cuiabá/Santarém), causando a fragmentação severa da população e interrupção do fluxo gênico.

Cobra-rainha-estriada (Apostolepis striata)

Situação: Em Perigo
Encontrada em Rondônia e em Mato Grosso

A região do planalto dos Parecis, onde a espécie é encontrada, vem sofrendo intenso processo de desmatamento, com avanço recente da fronteira agropecuária na porção sul da Amazônia e seu contato com áreas de Cerrado.

Nome comum desconhecido (Stenocercus dumerilii)

Situação: Vulnerável
Encontrada no Pará e no Maranhão

Nas últimas décadas, mesmo as áreas de capoeira alta (floresta secundária) vêm perdendo espaço para agriculturas perenes como cacau, pimenta do reino, milho e mandioca, além de áreas de pastagens, levando ao desmatamento total da cobertura original destas áreas172. No nordeste paraense está havendo também um grande crescimento urbano, possivelmente avançando em áreas onde a espécie ocorria.
No Maranhão, os remanescentes florestais onde a espécie foi registrada encontram-se cercados por eucaliptais e pastagens, e estão sujeitos à perda de habitat por influência da expansão da Estrada de Ferro Carajás e assentamentos agrários. A espécie está sob forte pressão antrópica em toda sua extensão de ocorrência, levando à diminuição de seu habitat em pelo menos 39% entre 2008 e 2011332, sendo que as causas não cessaram. Considerando o período de 10 anos, que se estima ser maior que o período de 130 Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção ICMBio três gerações para a espécie, e suas especificidades ecológicas, infere-se que a redução de seu habitat seja equivalente à redução da população.

Nome comum desconhecido (Atractus hoogmoedi)

Em Perigo
Encontrada no Pará

Ocorre em área onde vegetação original já estava sendo removida desde o início do século XIX. As perdas recentes de vegetação nativa entre 2003 e 2008, devido principalmente a atividade agropecuária, foram da ordem de 49,2%. Assim, as populações da espécie podem estar sob declínio acentuado e contínuo, pois o desmatamento na região não cessou.

Fonte: Portal Amazônia

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