Como a teoria do Ponto Cego te faz tomar decisões erradas
Quem dirige sabe que o retrovisor de um carro sempre tem um ponto cego — aquele ponto que não podemos ver, e que sem devida atenção pode causar um acidente. O mesmo vale para a vida: quando pensamos em desenvolvimento pessoal, um ponto cego é algo que não temos conhecimento e que pode distorcer nossa percepção da realidade levando à tomada de decisões erradas.
No entanto, enquanto o ponto cego de um automóvel é algo que não podemos mudar — já que ele estará sempre lá, do ponto de vista da psicologia, ele é algo que você ignora de maneira sistemática, às vezes intencionalmente, e outras subconscientemente. Assim, um ponto cego também pode ser considerado como um maneira de nos autossabotar. Por exemplo: você sabe que precisa sair de casa cinco minutos mais cedo para não chegar atrasado no trabalho, mas continua ignorando essa simples mudança.
A verdade é que nós temos muita dificuldade em compreender o quão tendenciosos nós somos, à medida que estamos o tempo todo tomando decisões, fazendo escolhas erradas e culpando o ambiente externo quando as coisas dão errado. Em muitos os casos, a teoria do ponto cego pode explicar isso.
Como o Ponto Cego nos ajuda a manter crenças limitantes
Todos nós possuímos nosso próprio sistema de crenças, e como elas costumam se cristalizar de maneira inconsciente, nós também temos dificuldade em reconhece-las e, ainda mais, de transmuta-las. É por causa disso que temos a tendência de lembrar somente dos fatos que confirmam nossas crenças já mantidas. Em outras palavras, estamos sempre procurando algo que confirme nossas crenças, por mais limitantes que elas sejam. Essa tendência é chamada de viés de confirmação.
É por isso que é importante estarmos o tempo todo trabalhando o autoconhecimento, conversando com pessoas que pensam diferente de nós e limpando nosso sistema de crenças de maneira consciente. Quando não fazemos isso criamos uma falsa sensação de segurança, algo que reforça nosso ponto cego e que nos incita a continuar tomando decisões erradas.
Para simplificar ainda mais: as pessoas acreditam no que querem acreditar, e subconscientemente ignoram aquilo que lhes causa dor. E como mudar dói, é mais fácil continuar vivendo com o Ponto Cego atrapalhando nosso crescimento individual. Essa negação psicológica que evita a dor está relacionada à nossa tendência para o viés de confirmação, afinal, o ser humano são condicionados a agir através de um sistema de recompensa.
Você precisa entender que a recompensa é o seu próprio desenvolvimento pessoal. Quanto mais você tiver clareza de quem é e onde pretende chegar, menos sentirá a necessidade de se esconder na negação. Mudar exige coragem, movimento e, sobretudo, abertura para novas ideias, conceitos e crenças.
Fonte: Balaio do Bem