Pavilhão leva biodiversidade e frescor para centros urbanos

Projetada para ser desmontada e remontada em diferentes espaços, estrutura reduz temperaturas em até 8ºC e abriga pessoas, plantas e insetos
Por Natasha Olsen
Um espaço com verde, sombra e biodiversidade que pode ser instalada em áreas de centros urbanos, trazendo momentos de pausa na correria e no cinza das cidades. Esta á a proposta do pavilhão criado pelo estúdio de design Diez Office para o pavilhão Vert (verde em francês). Uma estrutura de madeira atravessada por vegetação foi projetada para ajudar a amenizar as ondas de calor e atrair biodiversidade.
O pavilhão foi chamado de “máquina de ecologização” e contou com o conhecimento de especialistas em madeira dos Estados Unidos e Europa, além da consultoria do Office for Micro Climate Cultivation (OMC°C), uma organização que desenvolve soluções para trazer a natureza para os ambientes urbanos.
A introdução de vegetação em ambientes urbanos é uma estratégia comum para mitigar os efeitos da destruição ambiental e das mudanças climáticas. Mas é difícil de escalar. Esse processo não envolve apenas o plantio de árvores, ou projetos individuais de fachadas e telhados verdes. Soluções adicionais são urgentemente necessárias”, explica Nicola Stattmann, cofundadora da OMC°C. “Precisamos de estruturas razoavelmente grandes para gerar a quantidade necessária de sombra e biomassa”.
Ele compreende uma série de velas triangulares de madeira, de 10m de altura e cobertas com plantas trepadeiras, destinadas a remover carbono da atmosfera, oferecer sombra refrescante e trazer energia fresca a um espaço público.
A solução precisa ser modular, adequada para produção em série e fácil de usar e manter — essa é a expertise do designer de produto”, diz Stattmann.
Trabalhando juntos por dois anos, o OMC°C e o estúdio de design Diez Office fizeram alguns experimentos, mas ainda estavam em busca de um material adequado para uma estrutura sustentável e de baixo carbono. A orientação para o uso da madeira veio com a participação do American Hardwood Export Council (AHEC) que indicou o carvalho vermelho para a estrutura.
Estamos entusiasmados com as possibilidades estéticas e os benefícios ambientais do carvalho vermelho desde que aprendemos sobre a espécie e continuamos a fazer experiências com ele, por exemplo, fazendo móveis”, disse o fundador do Diez Office, Stefan Diez.

A estrutura de madeira é intercalada com redes de tecido biodegradáveis que servem de abrigo e suporte para mais de 20 espécies de plantas trepadeiras que, por sua vez, servem de abrigo para insetos. As plantas foram selecionadas de acordo com alguns critérios: precisavam ser espécies nativas, crescer rapidamente, sobreviver à luz solar intensa e altas temperaturas e produzir néctar ou pólen para o benefício dos insetos, em especial os polinizadores.
De acordo com os idealizadores, a estrutura é capaz de resfriar o espaço aéreo ao redor em até 8ºC, além de projetar quatro vezes mais sombra e armazenar aproximadamente 25 vezes mais CO₂ do que uma árvore de 20 anos.
A estrutura funciona como uma ‘máquina de ecologização’, ao mesmo tempo em que torna os espaços urbanos mais harmoniosos e agradáveis para se viver do ponto de vista estético”, disse Diez. Um vão atravessa a base da estrutura para fornecer circulação, oferecendo nas laterais plataformas que abrigam assentos de rede para as pessoas. “O projeto é moldado por um desejo de usar materiais de forma responsável e impulsionar o desempenho da engenharia, sem comprometer o apelo estético”, ele acrescentou. “Queríamos que o pavilhão Vert quebrasse a monotonia do nosso ambiente urbano.”
A estrutura modular do pavilhão foi projetada para ser desmontada e reconstruída diversas vezes e, após quatro semanas no Chelsea College of Arts, será desmontada e armazenada antes de ser montada em um local diferente no próximo verão.

Espero que esta instalação forneça uma sensação de admiração e uma compreensão de como o design bem pensado pode melhorar nossa interação com o ambiente construído”, conclui Diez. “No final das contas, quero encorajar as pessoas a adotar novas maneiras de usar a paisagem urbana”.
Fonte: CicloVivo