Meio ambiente

Óbice

Por Eraylton Moreschi Júnior

“…As informações fornecidas pelas empresas e órgãos públicos sem acreditação (método de avaliação e certificação que busca, por meio de padrões e requisitos previamente definidos, promover a qualidade e a segurança da informação), com certeza, é o óbice que tem comprometido ações mais efetivas e eficazes para conter este poluente”

As grandes empresas instaladas na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), em especial a Vale S.A e a ArcelorMittal, por décadas vêm enganando a população com notas mentirosas, chanceladas pelo Estado, conforme o ambientalista Eraylton Moreschi, presidente da instituição Juntos SOS ES Ambiental.
“Moro há mais de vinte anos no município de Vitória e, nos últimos 18 anos, me tornei um combatente incansável contra a poluição do pó preto que envolve toda a Região Metropolitana causando fortes impactos à saúde das famílias capixabas e na sua qualidade de vida. Os relatórios apresentados pelas empresas e pelos órgãos públicos fiscalizadores são mentirosos e, propositalmente, veiculados pelos meios de comunicação para enganar a população”, afirma.
O ambientalista conta ainda que tudo começou quando foi divulgado, pela imprensa, que o pó preto se tratava apenas de grandes partículas não inaláveis, e que só trazia incômodo e desconforto… “essa foi a primeira grande inverdade apresentada pelas empresas, chanceladas pelo Estado”, denuncia.
“Moreschi conta que, em 2005, encontrou Renato Casagrande, quando ainda era senador, na Baía do Sancho, em Fernando de Noronha e disse a ele que tínhamos um problema seríssimo que era o “pó preto” na nossa região e ele educadamente pediu que o encaminhasse a demanda, pois ele tinha interesse em criar o padrão da poeira sedimentável. Hoje, à frente do Palácio Anchieta, como governador, não vejo nenhum sinal de interesse em resolver esse problema que se arrasta por anos, prejudicando a saúde do cidadão e onerando o Estado”.
“Outra coisa que compromete muito é que as informações fornecidas pelas empresas e órgãos públicos sem acreditação (método de avaliação e certificação que busca, por meio de padrões e requisitos previamente definidos, promover a qualidade e a segurança da informação), com certeza, é o óbice que tem comprometido ações mais efetivas e eficazes para conter este poluente. A Juntos SOS ES, sugere ao governador Renato Casagrande, ao Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), à Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Ales e às empresas ArcelorMittal e Vale S.A, para que contratem o Núcleo de Qualidade do Ar da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), para realização de novo estudo de Caracterização e Quantificação das Partículas Sedimentadas na Região da Grande Vitória 2021/22, com o objetivo de comprovar ou não, se os bilhões anunciados em investimento pelas empresas foram bem aplicados realmente, com Melhores Tecnologias Disponíveis e, estas, implantadas conforme os Termos de Compromisso Ambiental (TCAs) e também as demais melhorias implantadas a partir de 2009 e, por último, se os números de redução de pó preto informados serão acreditados”, finalizou.

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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