Comportamento & Equilíbrio

Sentimento de angústia cresce no mundo, diz estudo com um milhão de pessoas

O mundo está mais triste. Pelo menos é isso o que retrata um levantamento feito com mais de um milhão de pessoas. A pesquisa constatou o aumento de sentimentos como preocupação, tristeza, estresse ou raiva — uma angústia geral.
Os dados da enquete global Gallup World mostram que uma alta de 25% para 31% das pessoas com esses sentimentos no período entre 2009 e 2021.
O levantamento, que foi publicado no The Proceedings of the National Academy of Sciences, ouviu pessoas com mais de 15 anos em 113 países. Apesar de ser algo comum a todos os grupos demográficos, os sentimentos negativos foram maiores naqueles com menor nível educacional e menor renda.

Não é de hoje que estudos vêm sinalizando o aumento da angústia geral. Nos Estados Unidos, um estudo recente mostrou que a angústia extrema entre os adultos subiu de 3,6% em 1993 para 6,4% em 2019.
No Reino Unido, esses sentimentos vêm sendo identificados desde 2010 entre adultos jovens, e parecem mais associados ao baixo nível educacional e à precariedade do mercado de trabalho.

Sabe-se que a crise econômica mundial entre 2008 e 2010 e, mais recentemente, a pandemia pioraram o cenário emocional em todo o planeta, especialmente entre os mais jovens e os trabalhadores. No entanto, apesar da recuperação após o impacto inicial da crise sanitária da Covid-19, a tendência negativa se manteve.
Segundo os autores do estudo, é preciso investigar mais como fatores como a desigualdade, insegurança econômica, instabilidades políticas e queda na coesão social podem afetar a saúde mental.

É normal que esses sentimentos apareçam com as preocupações e as demandas da vida”, diz a psicóloga Caroline Nóbrega de Almeida, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Mas isso deixa de ser normal quando tudo vira motivo de preocupação e a pessoa fica em constante estado de alerta. A psicóloga diz que, dessa forma, a pessoa prejudica seu desempenho nos demais aspectos, interferindo inclusive nos padrões de sono, de alimentação e nos relacionamentos.
Nesses casos, é hora de procurar ajuda, pois sem controle podem acabar desencadeando quadros mais graves de depressão ou ansiedade, por exemplo.

É importante ter uma rede de apoio, saber com quem contar, pedir ajuda”, diz a psicóloga. Também é importante ter uma válvula de escape para dar vazão, seja alguma técnica de respiração e relaxamento, uma atividade física ou de lazer. “Se não conseguir lidar sozinho, deve-se procurar ajuda especializada”, aconselha.

Fonte: UOL

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